07/03/2025
Resenha: Morte no Internato, de Lucinda Riley
Anos depois, eis que surgiu a vontade de voltar a escrever resenhas aqui para o blog. Confesso que sei o quão esse tipo de plataforma está em desuso pelos internautas da atualidade, mas para mim, este blog sempre foi sobre registrar e compartilhar minhas impressões sobre os livros. Se por acaso fizeres parte de um seleto grupo que ainda consome esse tipo de resenhas, seja bem-vindo!
Mas vamos ao que interessa. Eu ainda não tinha tido contato algum com as obras da Lucinda Riley. Morte no Internato foi escrito em 2006 pela autora, sendo seu único romance policial, se trata de um lançamento póstumo, que só ocorreu após a sua morte, que se deu em 2021, com comentário inicial do filho da escritora, Harry Whittaker.
A trama se desenrola em um renomado internato, o St. Stephen, situada em uma área mais isolada do condado de Norfolk, no leste da Inglaterra. O ambiente aparentava tranquilidade até que um jovem aluno, Charlie Cavendish, falece de forma inesperada, aparentemente após ingerir aspirina, do qual era alérgico. Em seguida, um dos professores tira a própria vida. A polícia local confirma o suicídio do professor, mas mantém em aberto a possibilidade de que a morte de Charlie possa não ter sido acidental.
Para esclarecer os fatos, a Scotland Yard designa a inspetora Jazmine Hunter-Coughlin, mais conhecida como Jazz, uma investigadora altamente capacitada e experiente, que havia abandonado sua função por questões pessoais.
Ao mergulhar na investigação, Jazz descobre que Charlie era um jovem problemático, conhecido por intimidar alunos mais novos no St. Stephen, o que o tornava alvo da antipatia de muitos colegas. Teria um deles sido levado ao extremo? A inspetora também busca estabelecer se há alguma ligação entre a morte do estudante e o suicídio do professor Hugh Daneman.
Enquanto conduz sua apuração dentro do internato, Jazz percebe que há problemas muito mais profundos na instituição, testando ao máximo suas habilidades como detetive. Paralelamente, ela enfrenta seus próprios dilemas pessoais, como a traição de seu ex-marido, também integrante da Scotland Yard – fato que a levou a se afastar do trabalho – e a saúde frágil de seu pai, algo que constantemente a preocupa. À medida que a investigação avança, novos eventos trágicos complicam ainda mais o caso e Jazz se sente cada vez mais perdida em relação à solução desse mistério.
"Esse lugar lembra muito os cenários dos livros da Agatha Christie com a Miss Marple - comentou Alistair, indicando uma fileira idílica de chalés enquanto dirigiam até Foltesham."
Olha, para quem estava escrevendo o seu primeiro e único romance policial, eu diria que a autora se saiu MUITO bem! Durante toda a leitura, o leitor se vê intrigado e criando teorias para solucionar, junto à protagonista, o assassinato.
Confesso que eu gostaria que a resolução dos assassinatos fosse melhor e mais trabalhada, uma vez que, apesar de sabermos no final quem é a pessoa responsável por todos os acontecimentos (será que todos eles têm mesmo ligação?), senti um gostinho de "quero mais" e fiquei querendo saber como a pessoa responsável por tal evento fez exatamente aquilo, o seu modus operandi e como atraiu as vítimas.
Acredito que alguns furos se devam ao fato de ser o primeiro livro da autora do gênero e, como seu filho explica, praticamente não foi revisado, respeitando os manuscritos da autora falecida, uma vez que o livro é lançado como um presente para os eternos fãs da escritora.
Mas isso não prejudicou a obra. O desenvolvimento do livro e a escrita fluida da autora, com referências a outros autores consagrados do gênero, como Agatha Christie, a obra conseguiu me fisgar rapidinho e não sosseguei até chegar ao final do livro. Foi uma leitura muito rápida e instigante. A personagem principal seria, facilmente, a protagonista de uma série de romances policias, caso a autora assim tivesse feito.
Morte no Internato | Lucinda Riley
Editora Arqueiro | 384 p. | 2022
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